Publicado em: 26/08/2022
Texturas ambientadas, timbres tecnológicos, harmonias simples e em repetição. Se você gosta de música eletrônica que apresenta essas características de forma mais introspectiva, você vai gostar de saber mais sobre o Intelligent Dance Music, ou como é mais conhecido: IDM.
O gênero permeia os estudos e referências do DJ e produtor, Vince Bowen, que aplica alguns desses elementos em suas faixas atuais, enquanto mescla com sonoridades mais conhecidas pelo público.
Com raízes fortes na identidade sonora das raves dos anos 80, o IDM surgiu em meados da década seguinte como uma vertente da música eletrônica ambiente. Antes disso, era comum que a maior parte das músicas fossem produzidas voltadas às pistas de dança com batidas propulsivas e melodias agitadas. Mas calma... Não quer dizer que o IDM não seja feito para dançar, mas as propriedades e objetivos do gênero se diferem dos outros, já que o ritmo se constrói aos poucos em paisagens sonoras digitais, que inclusive, se assemelham às do house e acid house.
As faixas que trabalham o puro IDM são apresentadas com o objetivo de uma experiência mais auditiva. Vince Bowen complementa:
"Definitivamente não são todos os ouvidos que estão preparados para apreciar o IDM. A complexidade e imprevisibilidade do arranjos, somado a excentricidade de alguns timbres, causam estranheza na percepção de quem os escuta. Entretanto, alguns sons usam muitas características do Minimal House, que é onde consigo algumas inspirações. Ouçam a faixa 'Bias' do produtor CiM, e percebam a semelhança com o Minimal House, mas percebam também a diferença do tipo de arranjo, melodias e timbres usados".
O termo "Intelligent Dance Music (IDM)'' foi criado pela gravadora Warp Records para uma lista de discussão das músicas de grandes nomes da época que apareceram na compilação "Artificial Intelligence". Até hoje, os artistas listados são as maiores referências, como Autechre, Speedy J, Aphex Twin e Plaid.
Nesse gênero pouco desbravado aqui no Brasil, Vince Bowen é um dos que inserem esse tipo de sonoridade e aplica em suas faixas. Seu primeiro EP, "Promisse Street", introduz um pouco dessas características do IDM em uma construção inteligente de texturas old school e elementos tecnológicos.
"Quem me apresentou o IDM foi o amigo Carlos Phillippi May, grande DJ, músico e exímio pesquisador de músicas underground minimalista. Uma das características técnicas do IDM que estou aplicando em algumas das minhas faixas é a grande amplitude dinâmica nos sons. Usando em média menos compressores e os configurando de forma mais leve, deixando os sons muito mais dinâmicos, tratando-se de volume. Os timbres tecnológicos peculiares do IDM também fazem parte do meu processo de criação", explica.
Vale destacar que Vince também recém-lançou um novo trabalho que carrega um pouco mais sobre essas características:
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