O Ultra, renomado festival norte-americano, tem enfrentado uma série de desafios em suas edições brasileiras, resultando em prejuízos milionários que não passaram despercebidos por nós, observadores atentos. A 7ª edição, realizada no Vale do Anhangabaú em 2023, foi um ponto positivo, registrando menos prejuízos e sendo reconhecida como a mais bem-sucedida e organizada até então. No entanto, todas as edições no Brasil foram marcadas por problemas recorrentes, como questões de curadoria artística, escolha de locais inadequados (destacando-se o caos no Rio de Janeiro com a mudança para o Sambódromo), conflitos entre sócios, condições climáticas adversas (como a chuva e lama na primeira edição no Jockey Club em SP) e uma série de dívidas deixadas no mercado, documentadas no site JusBrasil.

A edição no Rio de Janeiro envolveu sócios controversos e enfrentou desafios como motins de fornecedores devido a atrasos nos pagamentos, falta de traslados para DJ's nacionais e internacionais, e até mesmo a fuga da diretoria internacional do festival após o primeiro dia, resultando em caos generalizado. Apesar desses obstáculos, o evento conseguiu prosseguir.

Enquanto as produtoras brasileiras enfrentavam prejuízos, a cúpula do Ultra sempre garantia seu retorno financeiro, incluindo o licenciamento da marca e um orçamento considerável para o lineup. No entanto, descobriu-se que o pacote de artistas contratados pelo festival acabava sendo mais caro do que a contratação individual de muitos artistas, colocando o festival em uma posição desfavorável em relação aos promotores locais, dificultando seu crescimento no mercado local.

Esses desafios têm gerado uma aura de maldição em torno do Ultra no Brasil, afetando negativamente todos os envolvidos na tentativa de promover o festival no país. Além disso, fora dos Estados Unidos, o festival também enfrenta dificuldades financeiras, como a edição na Espanha em 2022, que registrou um público abaixo do esperado, enquanto outros eventos como o Elrow obtinham sucesso com um lineup inferior, levantando dúvidas sobre o retorno do Ultra à região ibérica na Europa.

Infelizmente, esses relatos de problemas e prejuízos no Brasil muitas vezes não são divulgados pela mídia, gerando expectativas infladas entre os compradores de ingressos e resultando em frustrações significativas.