Publicado em: 06/02/2023

O estilo, que veio junto da explosão do movimento Pós-disco, New Rave e Electroclash, incorpora elementos da House Music e EBM e utiliza beats, synths e samplers do Dance Music.

Como o nome já diz, é um estilo de produções independentes, que não é pensado para agradar um público mais acostumado com o mainstream.

As tracks são carregadas de referências da Disco Music e utilizam sintetizadores e arpejos sonoros mais oitentistas, que por vezes dão a sensação de estarmos em um filme futurista dos anos 80.

Uma característica marcante dessa vertente são os sons mais analógicos com kicks secos e grooves bem melódicos e repetitivos, por muitas vezes abusando de sintetizadores mais ácidos. As músicas do Indie Dance costumam ter menos elementos que o Nu Disco e um snare bem distintivo, muitas vezes acompanhado de um efeito reverberante.

É um estilo de baixo BPM, geralmente, com breaks mais extensos. Entretanto, não se deixe enganar pois, apesar dos BPM’s mais desacelerados, você encontrará tracks repletas de grooves e melodias que criam uma atmosfera mais dark e, ao mesmo tempo, muito dançante, com vários pontos de euforia.

E hoje, na nossa coletânea de novos talentos, em conversa com Giselle Xavier, ou apenas Heritage, nos falou sobre o seu envolvimento na cena eletrônica, ao estilo escolhido e seus projetos.

Confira o bate papo contagiante com Heritage, e ainda, algumas indicações de tracks dessa sonoridade!




About Dj’s: Primeiramente, queremos lhe parabenizar por difundir o gênero do Indie Dance, por se manter fiel ao estilo escolhido... Conte-nos um pouco o porquê da música eletrônica? Por que o Indie Dance?


Heritage: Música eletrônica faz parte da minha adolescência. Eu nunca fui dessas que ouvia pop e rock (nacional). Eu cresci com as minhas tias sempre “faxinando” ao som de músicas que conhecemos como “flashback”. Era comum nas tardes de domingo eu ficar admirando-as se arrumarem para ir à “Matinê”. E óbvio, que o esquenta delas era ao som de Cyndi Lauper, Madonna, Eurythmics, Billy Idol (Dancing With Mysel) – como eu amo essa música, New Order, Scorpions, Abba, A-Ha, Pet Shop Boys, Depeche Mode, nossa tanta coisa. Muita nostalgia e tudo em fita cassete gravada das rádios, sempre pegando a voz do radialista (risos). O auge do auge! Criada nessa atmosfera fica fácil entender por que o “bate-estaca” me ganhou! O indie dance e eu temos uma história parecida com a de muitos. Sempre me tocou mais profundamente, embora eu não tivesse conhecimento do que era. Porque eu não separava por gênero musical. Apenas uns “ritmos” me ganhavam mais facilmente que outros. Meu primeiro experimento de fato sabendo sobre INDIE DANCE foi no Warung em 2018, com a vinda John Talabot (que não toca apenas Indie Dance, porém uma track dele ficou para sempre marcada na minha memória musical afetiva VOICES. Aqui eu fui buscar entender mais e descobri que sempre amei o Indie Dance com todas as forças do meu coração). E aqui também começou a minha separação nas “linhagens” do indie dance. Embora eu tenha essa veia pulsante criada ao som “oitentista”, o indie dance que inclina o projeto Heritage é aquele mais experimental como VOICES.


About Dj’s: Muitos artistas mais novos na cena tendem a manter, inicialmente, dois trabalhos diferentes, para uma transição completa para o artístico. O quevocê faz fora das cabines de discotecagem? Pretende levar essa carreira adiante?


Heritage: Eu sou personal trainer. Heritage nasceu para deixar os rolês íntimos “diferenciados” na pandemia. A partir disso foi feito muito networking. Estou rodeada e também tenho amizade e apoio de grandes expoentes do indie dance nacional. Produção musical é só uma questão de tempo para mim. Pois, eu venho de família de músicos. E todos por lá tocam algum instrumento. E eu resolvi tocar o terror. Então o que eu puder fazer para que esse projeto conquiste novos admiradores, eu farei. E sim, eu quero levar o indie dance para a moçada por muito tempo!


About Dj’s: Conte-nos de seus projetos e parcerias.


Heritage: Esse ano, como já obtive muitas experiências de uma magnitude que eu jamais pensei ter nas pistas, eu meio que criei laços fortes com o indie dance. Então é meio que impossível pessoas que me conhecem e me acompanham seja nas redes sociais, seja nas minhas apresentações, ouvirem um som e não pensarem em mim. Isso para mim tem muita importância. Heritage existe para levar música, criar uma conexão e uma história com quem me ouve. SYNCE & METROPOLIS são os dois núcleos de indie dance onde eu estou criando raízes. Só posso dizer que vocês vão ouvir muito disso ainda esse ano.


About Dj’s: Se fossemos unir as maiores referência do Indie Dance, quais nomes poderíamos ter? Poderia nos indicar alguns?


Heritage: INTERNACIONAL: Damon Jee, Rafael Cerato, Musumeci, Local Suicide. 


NACIONAL: Id Id & BRK (BR) – dois expoentes que tem as gravadoras mais atuantes no território nacional.


AboutDj's: Poderia citar algum momento marcante desde quando iniciou a tocar? ou algum momento que presenciou estando na pista?


Heritage: Eu estava no Warung para prestigiar Dj Tennis. Eu já havia visto ele anteriormente, mas eu não sabia tocar ainda. Então, nessa segunda vez, para mim foi muito gratificante. Eu senti no ouvido as nuances sutis das trocas de médio, agudo de duas tracks que estão no meu pen drive. Pode ser clichê, mas eu achei o máximo ele tocar músicas das minhas pesquisas. Quando você está aprendendo você fica naquela eterna dúvida se aquilo que você está fazendo, tem sentido para quem está te ouvindo. E a construção dele fez muito sentido para a Heritage. Foi marcante, revigorante. Me fez acreditar ainda mais no meu propósito: legado da Heritage – música, conexão & história.


About Dj’s: Conta para gente, o que a música representa para você?


Heritage: O simples fato de alguém se sentar em algum canto desse imenso planeta. Pegar seu instrumento (seja ele qual for). Juntar notas musicais. Criar atmosfera. Contar uma história através da música. Botar a música para rodar o mundo. Essa criação ser ouvida por uma outra pessoa nesse mesmo imenso planeta. E essa música completar essa pessoa. Fazer ela sorrir. Se arrepiar (MEU CASO). Se emocionar. E querer levar para mais pessoas... Isso já mostra a importância dela para a sociedade. A música para mim representa o CICLO DA VIDA. O que Peçanha e Cia Ltda já perpetuaram há um tempo: “Life is a loop” onde a música não pode parar. Se parar... Acaba o encanto. Concorda? 


Se você curte viajar no tempo com música, esse play é para você



Voices – John Talabot:




People’s Mind - BRK (BR), Id Id



Hypernova – Shubostar



Time to Sleep - Forgive Us (Tony y Not Remix)




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