Publicado em: 03/10/2023

Kristian Di Vogli Costica, “CK”, nasceu no sul da Romênia em 1982, em uma pequena cidade próxima ao Danúbio, chamada “Corabia” (O Navio). Apaixonado por música desde tenra idade, CK curtiu por muito tempo o som nas bobinas “reel to reel” de música americana e vinyl de “folk mainstream romeno” nos anos 80, quando ainda nem sonhava em ser um DJ de música eletrônica.


“Depois de terminar o ensino médio em minha cidade natal, em 2001, tive que me mudar para Bucareste, a fim de continuar com a universidade. Era finalmente o palco e a oportunidade de conhecer pela primeira vez alguns dos DJs ou VSs (apresentadores de MCM) que eu admirava. O rádio desempenhou um papel importante na cultura musical jovem, direcionando o gosto musical. Mesmo assim, na época não tínhamos nenhuma estação local, eu costumava ouvir muito uma estação de rádio da Bulgária (do outro lado do Danúbio) na época; havia muito Pop, Hip Hop e Música Eletrônica em ascensão nesta estação de rádio também...”


About Dj's - O que te motivou a se tornar um DJ e como foi o início da sua jornada na indústria da música?


Desde que me lembro, sempre me apaixonei pela música...O primeiro estalo veio aos 10 anos, quando me apeguei ao Rádio e comecei a colecionar e gravar K7 ?s de Áudio. Mais tarde, fiquei viciado em MCM e MTV, além de ouvir vários gêneros, incluindo Hip Hop e Música Eletrônica já. Aos 20 anos, em 2002, percebi que a Música Eletrônica funcionava muito bem para mim e comecei a frequentar alguns clubs. Na época eu ainda estava na Romênia e ia bastante ao Space Club, Studio Martin & Kristal Glam Club.

A decisão de iniciar essa jornada na indústria da música eletrônica veio finalmente aos 30. Aconteceu na época em que percebi que tinha alcançado a maior parte dos meus objetivos naquela época e decidi fazer um curso de fotografia e também um curso de Djing, logo depois um curso de produção da Apple no Subbass DJ em Londres.

Desde que comecei descobri que não posso abrir mão dessas coisas da música, nem do DJing nem da produção, foi a primeira vez que realmente me senti diferente. O que quero dizer com isso? Foi a primeira vez que me senti diferente como amante da música, porque agora não só estava a consumir música, como também a estava a mixar e também a criá-la.




About Dj's - Você pode compartilhar um pouco sobre o seu processo criativo? Como você aborda a produção das suas faixas?


Uma das poucas coisas que fiz desde o primeiro dia foi escrever uma ideia que tive na hora. Por exemplo, mesmo que eu esteja dirigindo ou fazendo alguma coisa, se eu tiver uma ideia, algum nome para uma track, se eu vir algo interessante na internet ou na vida real, eu paro tudo o que estou fazendo e escrevo, seja como uma mensagem/e-mail para mim mesmo ou como uma foto ou vídeo. Quando se trata de produzir música, eu começo com a “música na minha cabeça” que eu gostaria de ouvir no final do processo. Isso vai mudando e se adaptando ao longo do tempo. Sempre posso adicionar coisas ou ter uma ideia de última hora que mudará a vibe inicial.

Por exemplo: aconteceu de dizer “chega por esta noite” e tentar voltar a dormir, mas assim que você pular na cama algo novo surgirá em sua mente, uma ideia repentina, ou você se lembra que gostaria de adicionar ou mudar algo, e quando vê, está de volta ao trabalho, fazendo alguns ajustes ou adicionando e experimentando novos elementos.

Acho que o mais longo período que utilizei para terminar uma track foi 3 semanas, e o mais rápido foi 4 dias. Geralmente consigo fazer um “remix” em 2 a 4 dias e um “edit” em um dia ou mais.

Geralmente é assim que as coisas funcionam para mim e, sim, tenho que me desligar do dia-a-dia e focar no processo criativo que, pessoalmente, funciona melhor durante a noite.




About Dj's -  Como artista como você busca de conectar com seu público?


Na minha opinião o melhor quando se trata de público, é tocar para uma multidão, seja bar, boate ou festival. 

Claro que a presença no mundo virtual é importante e pode chegar a todos os lugares, mas a presença física e a entrega de um set de qualidade e repleto de vibrações positivas sempre serão mais lembradas e podem deixar belas emoções e lembranças. Sempre tento me adaptar a cada lugar, clima e line-up, tentando me conectar o melhor possível com o público, ver como eles reagem.

As vantagens de um set principal é que você pode ter um número maior de pessoas, portanto, você tem uma multidão 'para ler'. Eu pessoalmente tenho uma queda pelos sets de “warm up”, pois posso começar e criar a vibração do jeito que eu queiser. Eu odeio entrar em uma sala completamente vazia, no começo da noite, com o Dj tocando músicas em 128 bpm.

Eu também acredito que independente do lugar e hora que você toca, você sempre tem que deixar sua marca na música, mesmo que você troque de gênero, é bom também ouvir a reação das pessoas para os tipos de músicas que você toca. É bom ter a capacidade de acompanhar e sentir a pista.




About Dj's - Você poderia destacar algum momento memorável ou conquista em sua carreira que teve um impacto significativo no seu crescimento artístico?


Devo admitir que os primeiros dias da meinha carreira tiveram um grande impacto. Lembro-me de quando tive que abrir a noite no EDC London (festival Londrino de música eletetrônica) no palco principal. Embora eu estivesse fazendo o warm up antes dos grandes nomes do mainstream, com duas horas já tinham umas 20.000 pessoas, isso foi um festival de 80.000). Lembro-me bem de duas coisas que senti no dia: Minhas mãos tremiam sobre os decks, pois era a segunda vez que tocava desde que terminei o curso de DJ na Subbass (escolha de discotecagem do Reino Unido); E a outra coisa está relacionada ao nervosismo; Lembro que uma garota pegou o microfone e gritou “Hands up for CK” enquanto eu terminava meu set.

Sim, devo dizer que, naquela época, eu julgava um pouco as pessoas que ouviam música comercial e foi nesse momento que percebi que qualquer gênero é um tesouro para quem está ligado e gosta desse determinado estilo. Foi um momento único de uma década atrás, infelizmente não tenho nenhuma foto ou vídeo feito, como hoje em dia, mas tenho o set gravado.




About Dj's -  Que conselho você daria para Djs e produtores aspirantes que estão buscando se estabelecer na indústria da música?


Permaneça fiel a quem você é, acredite no que você ama e continue fazendo isso enquanto você amar e isso vier do coração. Às vezes você pode ter a chance de obter caminhos mais curtos ou aceitar diferentes desafios, mas é sempre importante ter a capacidade de acompanhar.

Nunca pare de aprender e continue sempre pesquisando, esteja aberto a novas ideias e novas abordagens quando se trata de DJing e especialmente para produção musical. Você nunca sabe quando a grande chance chegará, tudo o que posso dizer é que é principalmente o acaso; Então, o que estou tentando dizer, é que qualquer um tem a chance de entrar, propriamente nessa cena da dance music, e é bom estar bem preparado quando/se isso acontecer. Mais uma dica: a inspiração sempre virá, mas ela tem que te encontrar em um processo de trabalho.




About Dj's -  Quais são suas opiniões sobre a cena da música eletrônica no Reino Unido e como isso influenciou a sua música?


Na época em que comecei a ouvir exclusivamente música eletrônica, há mais de 2 décadas nos clubes romenos que mencionei acima, também tínhamos alguns programas de rádio que eu ouvia durante a semana. Foi o momento em que eu escutei sobre “Londres, a capital dos clubes de House Music”. E sim, em 2004, quando me mudei para Londres, costumava acreditar que a maioria dos clubes era baseada em música eletrônica.

É verdade que existem e existiram muitos clubes de música eletrônica por aí, alguns icônicos como Fabric, Ministry Of Sound e Egg London...

Em 2005 pisei a preimeira vez no Ministry Of Sound, e fui discotecar lá em 2013. Também estou indo para o Fabric desde 2007, ainda não consegui tocar la, mas pode acontecer em breve. Eu ia ao Egg desde 2008, adorava as tardes da manhã lá, Além disso, no mês passado eu também toquei no club.

Nos últimos vinte anos, o Reino Unido perdeu um terço de seus locais de música independente, incluindo locais icônicos como Turnmills e The End. Para mim, a maior influência de todas foi a Fabric London, especialmente a Room One que aprimorou meu gosto musical e definiu o gosto musical e os gêneros que gosto; como dizemos por aqui: enquanto houver Fabric, há esperança!

Este ano comecei a tocar com o Modulate: um grupo de DJs e uma marca de festas que toca regularmente, e já tocamos no Egg e Ministry algumas vezes este ano; eles tocam principalmente house e sim, posso dizer que me tirei um pouco da minha 'área de conforto' e passei a abordar músicas que estão fora do Deep Techno, com mais frequência.




About Dj's - Você tem vontade de tocar no Brasil?


Sim, isso parece ótimo; Se eu tiver a chance, seria demais!


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