Um grupo parlamentar especializado e multipartidário está pressionando o governo do Reino Unido a avançar com os planos estagnados para implementar regulamentações de inteligência artificial e proteções para artistas.

Em um novo relatório publicado sobre música e IA, o influente Grupo Parlamentar de Todas as Partes (APPG) sobre Música encontrou amplo apoio - 80% ou mais dos entrevistados - para a legislação ser promovida, exigindo a divulgação do uso de IA na música, o consentimento dos artistas para o uso de seu trabalho em programas de treinamento de IA e leis protegendo a imagem e o trabalho dos artistas contra cópias por IA. Setenta e sete por cento dos entrevistados concordaram que a música gerada por IA que não credita o criador original "equivale a roubo".

O APPG sobre Música propôs que o governo escalasse o código de conduta de IA multifacetado interrompido para um Ato de IA do Reino Unido codificado. A lei incluiria pontos como rotulagem clara de obras geradas por IA, um "direito de personalidade específico" para proteger os artistas de deepfakes e outros usos indevidos de seu trabalho e imagem, e a formação pelo governo de uma força-tarefa internacional de IA pró-indústrias criativas.

"Em meio à empolgação com o progresso tecnológico, nunca devemos esquecer a essência da música e das pessoas que a fazem", escreveu o presidente do APPG sobre Música e MP sênior do Partido Trabalhista, Kevin Brennan, em um artigo de opinião no PoliticsHome. "Ao alavancar a força coletiva de legisladores, líderes da indústria e inovadores, podemos garantir que a IA sirva como um catalisador para a criatividade e o progresso no ecossistema musical, em vez de ser um inibidor de crescimento e um destruidor dos meios de subsistência dos criadores".

A campanha multipartidária do Reino Unido ocorre na mesma semana em que FKA twigs falou ao Subcomitê de Propriedade Intelectual do Senado dos EUA sobre a importância do controle dos artistas sobre seu uso em IA. Ela compartilhou que tem usado IA para desenvolver um deepfake de si mesma para interagir com fãs e mídia em vários idiomas, informa a BBC News.

"Essas e outras tecnologias semelhantes são ferramentas altamente valiosas. Isso, no entanto, está tudo sob meu controle e posso conceder ou recusar consentimento de maneira significativa", disse FKA twigs. "O que não é aceitável é quando minha arte e minha identidade podem simplesmente serem tomadas por terceiros e exploradas falsamente para o próprio ganho deles sem meu consentimento devido à ausência de controle legislativo apropriado".

FKA twigs compartilhou sua experiência ao encontrar sua imagem musical usada em obras geradas por IA online às quais ela não consentiu. "Existem músicas online - colaborações comigo e outros artistas - que eu não fiz", ela escreveu em depoimento pré-apresentação. "Isso me deixa vulnerável porque, em primeiro lugar, como artista, o que eu amo no que faço é que sou muito preciso. Eu levo meu tempo com as coisas e tenho muito orgulho do meu trabalho. Então, o fato de alguém poder pegar minha voz, mudar letras, mudar mensagens, talvez trabalhar com um artista com quem eu não queria trabalhar, ou talvez trabalhar com um artista com quem eu queria trabalhar e agora a surpresa foi estragada — isso realmente me deixa muito exposta e vulnerável".

Em abril, a Artists' Rights Alliance organizou mais de 200 artistas, incluindo grandes nomes mainstream como Billie Eilish, Nicki Minaj e Katy Perry, para assinar uma carta aberta pedindo um fim ao uso "predatório" de música gerada por IA. Em contraste, Steve Aoki disse à Billboard que não tem "problemas" com música produzida por IA: "Você só tem que surfar a onda com ela e começar a construir salvaguardas à medida que avançamos".

Uma pesquisa do Pirate Studios de novembro de 2023 descobriu que mais da metade dos artistas não revelaria se estavam usando IA em seu processo de produção. No mesmo mês, uma pesquisa da Federação Internacional da Indústria Fonográfica disse que a maioria dos fãs de música acredita que o uso de IA na produção musical deveria ser restrito.

Revisite o artigo de Declan McGlynn de 2021 sobre como a inteligência artificial já estava moldando a produção musical, como parte de sua série AI Futures.

Leia o relatório completo de música e IA do APPG de 2024 aqui.